terça-feira, 22 de julho de 2008

Santa Maria Madalena

Embora fosse apenas uma pecadora famosa de sua cidade, Maria Madalena, nascida em Magdala, na Galiléia, teve uma participação importantíssima na passagem de Jesus pela Terra. Ela foi perdoada publicamente por ele, que a tomou como exemplo de que seu Pai acolhia a todos, desde que chegassem ao arrependimento. Além disso, foi, ainda, a escolhida para ser a primeira testemunha da ressurreição.
Madalena ouvira falar de Jesus, pois a fama dos milagres dele corria entre o povo. Ele já ressuscitara mortos, devolvera a visão a cegos, colocara voz na boca de mudos e audição nos ouvidos de surdos, além de fazer andar paralíticos e curar doentes de todos os tipos. Assim, no dia em que Jesus participava de um banquete na casa de Simão, o fariseu, Maria Madalena resolveu fazer uma confissão pública de arrependimento, porque o seu pecado era público, como diz a Sagrada Escritura.
Invadindo o local da ceia, ela não ousou olhar para Jesus. Apenas ajoelhou-se na sua frente, banhou seus pés com lágrimas e enxugou-os com os cabelos, num pedido de perdão mudo. Impressionados, os presentes imaginavam que ela fosse ser repudiada pelo Mestre, que, todavia, disse à mulher: "Foram-lhes perdoados os seus muitos pecados, porque você muito amou". Com o coração em paz, ela saiu dali ainda em prantos, mas feliz. A partir desse dia, tornou-se uma das mais fiéis seguidoras do Messias.
Ela estava ao lado de Maria quando da crucificação do Senhor e, na madrugada da Páscoa, era tanta a saudade que sentia de Jesus que foi chorar à porta do sepulcro. De repente, ouviu a voz, que jamais esqueceria, chamar seu nome. Assim, as profecias cumpriram-se diante de seus olhos. Jesus ressuscitara!
Está escrito: "No dia da Páscoa, Jesus apareceu a ela e a mandou ir anunciar a sua ressurreição aos discípulos". Depois disso, segundo uma antiga tradição grega, Maria Madalena teria ido viver em Éfeso, onde morreu. Lá, tinham ido morar também João, o apóstolo predileto de Jesus, e Maria, Mãe de Jesus.
A liturgia bizantina celebra-a como "Apóstola dos Apóstolos", para que continue a sua missão de anunciar a ressurreição do Senhor no seu rito apostólico. Festejada no dia 22 de julho, santa Maria Madalena tornou-se a padroeira de muitas ordens religiosas, sendo venerada até mesmo pelos padres predicadores.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Nossa Senhora do Carmo

A palavra Carmelo significa "jardim", quando abreviada se diz "Carmo". O Monte Carmelo fica ao norte de Israel, situado na região da antiga Palestina, próximo a actual cidade de Haifa. Neste cenário bíblico, no século IX antes de Cristo, viveu numa gruta o solitário profeta Elias, em espírito de penitência. Defensor da fé de um só Deus verdadeiro, ele profetizou a futura existência da mulher pura, a Virgem Maria, Mãe de Deus.

Desde então, o Carmelo tornou-se local de retiro espiritual de muitos eremitas, que buscavam viver o modelo de perfeição monástica alcançada pelo profeta. No final do primeiro século depois de Cristo, chegaram primeiros eremitas cristãos, que ao lado da fonte de Elias construíram uma capela em honra à Virgem Maria. Em 1209, o superior da comunidade, Santo Brocardo recebeu a Regra de Santo Alberto, constituindo a Ordem da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, reconhecida pela Santa Sé, em 1226.

A partir de 1237 os carmelitas foram quase expulsos do Monte Carmelo, pois a Palestina vivia sob pressão cada vez maior dos muçulmanos, que acabaram por invadi-la. Eles estabeleceram-se no Chipre e na Sicília, na Inglaterra e França. Viviam pobres como os franciscanos e dominicanos, da Ordem dos Mendicantes, a qual não quiseram aderir. Surgiram então as rivalidades e a Ordem do Carmo começou a sofrer perseguições externas, as quais provocaram a desunião interna. A solução foi enviar à Roma dois representantes carmelitas para conseguir o apoio do Papa. Eles apresentaram a antiga Regra de Santo Alberto adaptada aos novos tempos da Igreja, mantendo o carisma original e obtiveram sua aprovação.

A Ordem do Carmo atravessou essa fase difícil até meados de 1251, quando tudo se estabilizou. Nessa época, na Inglaterra, no Carmelo de Cambridge residia o Superior Geral, o já idoso Simão Stock, hoje Santo venerado na Igreja. Ele rezava com ardor à Santa Mãe, rogando com confiança por seu auxílio, para a Ordem criada em sua honra. No dia 16 de julho de 1251, teve uma visão da Virgem Maria sentada numa nuvem cercada de anjos, confirmando sua proteção celeste. Como símbolo de sua união aos carmelitas, entregou à Stock o Escapulário do Carmo, prometendo a salvação e vida eterna à todos que o usassem com fé em Jesus Cristo.


O ESCAPULÁRIO, UM SINAL MARIANO

Um dos sinais da tradição da Igreja, há sete séculos, é o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo.É um sinal aprovado pela igreja e aceite pela Ordem do Carmo como manifestação extrema de amor a Maria, de confiança filial nela e do compromisso de imitar a sua vida. A palavra "Escapulário" indica uma vestimenta que os monges usavam sobre o hábito religioso durante o trabalho manual. Com o tempo assumiu um significado simbólico: o de carregar a cruz de cada dia, como os discípulos e seguidores de Jesus. Em algumas Ordens religiosas, como no Carmo, o Escapulário tornou-se um sinal da sua identidade e vida. O Escapulário simbolizou o vínculo especial dos carmelitas com Maria a Mãe do Senhor, que exprime a confiança na sua materna protecção e o desejo de imitar a sua vida de doação a Cristo e aos outros. Transformou-se assim num sinal mariano.


O VALOR E O SIGNIFICADO DO ESCAPULÁRIO.

O Escapulário funda as suas raízes na tradição da Ordem, que o interpretou como sinal da protecção materna de Maria. Contém em si mesmo, a partir desta experiência plurissecular, um significado espiritual aprovado pela igreja:
representa o compromisso de seguir Jesus como Maria, o modelo perfeito de todos os discípulos de Cristo. Este compromisso tem a sua origem no baptismo que nos transforma em filhos de Deus.

Por ele a Virgem Maria nos ensina a:

viver abertos a Deus e à sua vontade, manifestada nos acontecimentos da vida;

escutar a palavra de Deus na Bíblia e na vida, a crer nela e a pôr em prática as suas exigências;

orar em todo momento descobrindo Deus presente em todas as circunstâncias;

viver próximos aos nossos Irmãos na necessidade e a solidarizar-se com eles.

introduz na fraternidade do Carmelo, comunidade de religiosos e religiosas, presentes na igreja há mais de oito séculos, e compromete a viver o ideal desta família religiosa: a amizade íntima com Deus através da oração.

põe-nos diante do exemplo das santas e dos santos com os quais estabeleceu uma relação familiar de Irmãos e irmãs.

Exprime a fé no encontro com Deus na vida eterna pela intercessão de Maria e sua protecção.



NORMAS PRÁTICAS:

O Escapulário é imposto só uma vez por um sacerdote ou uma pessoa autorizada.
Pode ser substituído por uma medalha que represente de uma parte a imagem do Sagrado Coração de Jesus e da outra, a Virgem Maria.
O Escapulário compromete com uma vida autêntica de cristãos que se conformam às exigências evangélicas, recebem os sacramentos, professam uma especial devoção à Santíssima Virgem, expressa ao menos com a recitação diária de três Avé Marias.


O ESCAPULÁRIO DO CARMO NÃO É:

Um sinal de protecção mágica, um amuleto;

Uma garantia automática de salvação;

Uma dispensa de viver as exigências da vida cristã.


É UM SINAL:

Aprovado pela igreja há sete séculos;

Que representa o compromisso de seguir Jesus como Maria:

abertos a Deus e à sua vontade;
guiados pela fé, pela esperança e pelo amor;
próximos dos necessitados;
orando em todos os momentos e descobrindo Deus presente em todas as circunstâncias;
que introduz na família do Carmelo;
que alimenta a esperança do encontro com Deus na vida eterna pela protecção de Maria e sua intercessão.

Fonte: http://www.paulinas.org.br/

http://www.ordem-do-carmo.pt

sexta-feira, 11 de julho de 2008

São Bento de Núrsia

São Bento de Núrsia (480-547), monge fundador da Ordem dos Beneditinos, foi designado Santo padroeiro da Europa pelo Papa Paulo VI em 1964, sendo venerado não apenas por católicos, como também por ortodoxos. Foi o fundador da Abadia do Monte Cassino, na Itália (destruída durante a Segunda Guerra Mundial e entretanto restaurada). A sua vida é conhecida apenas através de Gregório Magno.S. Bento tinha também uma irmã de nome Escolástica, monja como ele, e depois abadessa num mosteiro não longe de Montecassino. Os dois viveram sempre nas melhores relações. Era costume da irmã visitar uma vez por ano o irmão; e como não podia penetrar na clausura, encontravam-se os dois num edifício junto ao mosteiro. Durante toda essa convivência conversavam sobre assuntos espirituais.


Da sua mocidade, S. Gregório refere um único episódio. Bento, que estava a crescer, foi mandado para Roma a fim de estudar; mas em breve abandonou a cidade para evitar o seu ambiente corrompido, e passou a viver junto de uma comunidade de ascetas em Enfide.


A vida na gruta era dura e correspondia plenamente à sua vontade: tomar sobre si trabalhos e sofrimentos por amor de Deus. Durante a permanência na gruta teve algumas tentações. De uma vez, foi um melro a voar em torno dele estorvando-o na oração. Tratava-se de uma provocação, pois o gorjeio da ave trouxe-lhe à memória uma certa mulher que ele em tempos tinha visto. Fez vida de eremita durante três anos. Mas um dia apareceram alguns monges na gruta. Tinha-lhes morrido o abade e eles vinham pedir-lhe que quisesse ser o seu superior. Após muita insistência, por parte deles, Bento aceitou a proposta. Mais tarde juntaram-se-lhe, a pouco e pouco, outros monges, e com eles formou uma comunidade distribuída por doze pequenos mosteiros.


Morreu no dia 21 de Março de 547; mas já desde os fins do séc. VIII, em muitas regiões começou a celebrar-se a sua memória no dia 11 de Julho.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sta Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus


"Nunca, jamais desanimeis, embora venham ventos contrários!"

Santa Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus
Nasceu aos 16 de dezembro de 1865, em Vígolo Vattaro, Trento, norte da Itália e recebeu o nome de Amábile Lúcia Visintainer. Foi a segunda filha de Antônio Napoleone Visintainer e Anna Pianezzer
Imigrou para o Brasil, com 9 anos de idade, juntamente com seus pais e irmãos e outras famílias da região Trentina, no ano de 1875, estabelecendo-se na localidade de Vígolo - Nova Trento - Santa Catarina - Brasil. Em 1887 faleceu sua mãe e Amábile cuidou da família até o pai contrair novo casamento. Desde pequena ajudava na Paróquia de Nova Trento, especificamente na Capela de Vígolo, como paroquiana engajada na vida pastoral e social. Com um grupo de jovens ajudou na compra da imagem de Nossa Senhora de Lourdes, que é conservada na gruta do Santuário.
A 12 de julho de 1890 com sua amiga , Virginia Rosa Nicolodi, deu início à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, cuidando de Lúcia Angela Viviani, portadora de câncer, em fase terminal, num casebre doado por Beniamino Gallotti. Após a morte da enferma, em 1891, juntou-se a ela a segunda companheira Teresa Anna Maule.
Em 1894 o trio fundacional da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, transferiu-se para a cidade de Nova Trento. Receberam em doação o terreno e a casa de madeira dos generosos benfeitores: João Valle e Francisco Sgrott.
Em 1903, Santa Paulina foi eleita, pelas Irmãs, Superiora Geral, por toda a vida. Nesse mesmo ano, deixou Nova Trento para cuidar dos ex-escravos idosos e crianças órfãs, no Ipiranga, em São Paulo - SP. Recebeu apoio do Pe. Luiz Maria Rossi e ajuda de BENFEITORES em especial do conde Dr. José Vicente de Azevedo.
Em 1909 a Congregação cresce nos Estados de Santa Catarina e São Paulo. As Irmãs assumem a missão evangelizadora na educação, na catequese, no cuidado às pessoas idosas, doentes e crianças órfãs. Nesse mesmo ano, Santa Paulina é deposta do cargo de Superiora Geral pela autoridade eclesiástica e enviada para Bragança Paulista a fim de cuidar de asilados onde testemunha humildade heróica e amor ao Reino de Deus.
Em 1918, Santa Paulina é chamada à viver na Casa Geral onde testemunha uma vida de santidade e ajuda na elaboração da História da Congregação e no resgate do Carisma fundante. Acompanha e abençoa as Irmãs que partem em missão para novas fundações. Alegra-se com as que são enviadas aos povos indígenas em Mato Grosso, em 1934. Rejubila-se com o Decreto de Louvor dado pelo Papa Pio XI em 1933 à Congregação.
Santa Paulina morre aos 77 anos, na Casa Geral em São Paulo, dia 9 de julho de 1942, com fama de santidade; pois viveu em grau heróico as virtudes de FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE e demais virtudes.
O processo de Canonização, iniciado em 03 de setembro de 1965, celebrou um momento forte com a Beatificação de Santa Paulina, proclamada pelo Papa João Paulo II, no dia 18 de Outubro de 1991, em Florianópolis-SC - Brasil. A culminância desse processo, dá-se com a Canonização, no dia 19 de maio de 2002, em Roma. Canonização é uma sentença definitiva e oficial da santidade de Madre Paulina, heroína da vida cristã e se pode fazer culto público, em toda a Igreja. Está incluída na lista ( cânone ) das Santas e Santos da Igreja Católica.

domingo, 6 de julho de 2008

Santa Maria Goretti

Maria Goretti, humilde camponesa, nasceu em 16 de outubro de 1890 na cidade de Corinaldo, província de Ancona, Itália. Seus pais, Luiz e Assunta, criavam os sete filhos em meio à penúria de uma vida de necessidades, mas dentro dos preceitos ditados por Jesus Cristo.
A menina Maria, por ser a mais velha, cresceu cuidando dos irmãos pequenos em casa, enquanto os pais labutavam no campo. Uma de suas irmãs, mais tarde, tornou-se freira franciscana. As dificuldades financeiras eram tantas que a família migrou de povoado em povoado até fixar-se num povoado inóspito chamado Ferrieri. Nessa localidade, a família passou a residir na mesma propriedade de João Sereneli, ancião de sessenta anos de idade que tinha dois filhos, Gaspar e Alexandre, este com dezoito anos de idade. Assim, todos trabalhavam na lavoura enquanto a jovem Maria cuidava da casa e dos irmãos pequenos.
Desse modo, Maria nunca pode estudar, mas ao lado da família sempre freqüentou a igreja. Ela só estudou o catecismo para fazer a primeira comunhão, aos doze anos de idade, um ano após a morte de seu pai. Quando isto ocorreu, o senhor João, compadecido, manteve tudo como estava, contando apenas com a viúva para o trabalho na lavoura. Porém o problema era seu filho Alexandre, que passara a assediar Maria. Apesar da pouca idade, ela era bonita e bem desenvolvida, já atraindo os olhares masculinos. Como recusasse todas as aproximações do rapaz, este se irritou ao extremo. Até que, no dia 5 de julho de 1902, ele perdeu a razão e a tragédia aconteceu.
Naquele dia, Alexandre trabalhava ao lado de Assunta quando inventou um pretexto, deixou a lavoura. Foi para o lar dos Goretti portando uma barra de ferro com ponta afiada, sabia que Maria estaria sozinha e indefesa. Primeiro insinuou, depois exigiu, por fim ameaçou a jovem de morte se não satisfizesse seus desejos. Mesmo temendo o pior, Maria resistiu dizendo que aquilo era um pecado mortal. Alexandre, transtornado por não alcançar seu intento, passou a golpear violentamente o corpo da menina.
Ela ainda foi levada com vida a um hospital, após ser vitimada com quatorze perfurações. E teve tempo de perdoar seu agressor, pedindo a sua mãe e seus irmãos que fizessem o mesmo, por amor a Jesus. Maria Goretti morreu no dia seguinte ao ataque, no dia 6 de julho de 1902. Quanto a Alexandre, foi preso, quase linchado e condenado a trabalhos forçados. Porém, depois de vinte e sete anos de prisão, foi solto por bom comportamento. Depois de ir a Corinaldo pedir perdão à mãe de Maria Goretti, ingressou num convento capuchinho, onde viveu sua sincera conversão até morrer.
Muitos milagres passaram a acontecer por intercessão da pequena menina virgem. A fé na sua santidade cresceu e espalhou-se de tal forma no mundo cristão que, em 1950, ela foi canonizada. Na solenidade, estava presente a sua mãe Assunta, então com oitenta e quatro anos, ao lado de quatro de seus filhos e Alexandre Sereneli, o agressor sinceramente convertido. O papa Pio XII declarou santa Maria Goretti padroeira das virgens cristãs. Até hoje continuam as romarias ao Santuário de Nossa Senhora das Graças, em Nettuno, onde se encontra a sepultura da santa, há dez quilômetros do povoado onde tudo aconteceu.

Fonte: http://www.paulinas.org.br


sexta-feira, 4 de julho de 2008

Beato Pier Giorgio Frassati

Pier Giorgio Frassati nasceu em Turim, a 6 de abril de 1901 de uma família rica: a mãe Adelaide Ametis uma pintora; o pai, Alfredo Frassati, em 1895 com pouco mais de trinta e seis anos fundara o jornal “La Stampa”; em 1913 é o mais jovem senador do Reino e em 1922 é embaixador da Itália em Berlim.

Pier Giorgio absorveu a vida cristã mergulhando espontaneamente, por escolha pessoal na água viva que a Igreja daquele tempo lhe oferecia: daquela Igreja na qual não faltavam limites e problemas, ele sentiu-se membro activo.

As associações nas quais Pier Giorgio se inscrevera, muitas vezes contra a vontade dos familiares e participando em todas as actividades, assumindo responsabilidades.

“Você è um ‘beato?’, perguntou-lhe alguém na universidade. Não respondeu Pier Giorgio com bondade mas com firmeza: “Não sou ‘cristão’!

A irmã Luciana revelou que a situação era mais humilhante de quanto se pode imaginar: Em casa Pier Giorgio era tido como um tolo e sempre com pouco dinheiro porque para ajudar os outros devia dar não o supérfluo mas o necessário.

Procurava convencer os outros a fazer o mesmo. Diz um amigo: Um dia procurava convencer-me entrar na conferência de S. Vicente de Paulo, a minha dificuldade era entrar nas casas dos pobres pois poderia vir a ter algumas doenças, ele com muita simplicidade respondeu-me que visitar os pobres era visitar Jesus.

Entre os seu sofrimentos, devemos lembrar o seu amor profundo por Laura Hidalgo de condição humilde, amor ao qual ele se sentiu moralmente a renunciar devido aos preconceitos da família. E ao ver o divórcio dos seus pais tão real percebeu que: ”não posso destruir uma família para formar uma outra. Serei eu a me sacrificar”

O dia 30 de junho de 1925 Pier Giorgio começou sentir fortes enxaquecas. Ninguém lhe deu a devida atenção porque a sua avó estava a viver os seus últimos dias (com cerca de noventa anos), e aquele rapagão alto e vigoroso, a quem pouco se reparava pois era bom demais, com as suas febres não deveria ser nada de outro mundo. Mas é que Pier Giorgio começava a morrer, sentindo o seu jovem corpo destruir-se com a paralisia que estava avançando progressiva e implacavelmente, sem que ninguém lhe desse atenção.

Quando os pais apavorados afinal compreenderam o que lhe estava a acontecer já era tarde. A vacina que veio rapidamente do Instituto Pasteur de Paris já não tinha efeito devido ao avanço da doença.

O último dia de sua vida Pier Giorgio pediu à irmã Luciana para buscar na escrivaninha uma caixinha de injecções que não tinha conseguido entregar a um dos seus pobres e quis escrever um bilhete com as instruções e o endereço: Quis escrevê-lo com as suas próprias mãos já atormentadas pela paralisia e saiu um emaranhado de letras quase incompreensível. É o seu testamento: as últimas energias para a última caridade.

O funeral foi um acorrer de amigos e principalmente de pobres; os primeiros a ficar assombrados vendo-o tão querido e tão conhecido, foram os seus familiares que pela primeira vez compreendiam onde Pier Giorgio viveu verdadeiramente nos seus poucos anos de vida, apesar de ter tido uma casa confortável e rica na qual chegava sempre atrasado.



em concordância com Di Lorenzo, Maria, "Pier Giorgio Frassati" 2003 Paulinas
Um livro cuja leitura recomendo vivamente pelo Testemunho impressionante do Jovem Pier Giorgio


Rainha Santa Isabel de Portugal

Santa Isabel de Portugal, esposa de D. Dinis e rainha de Portugal, nasceu em Saragoça. Era filha de Pedro III, o Grande, neta de Jaime, o conquistador, e sobrinha neta de Santa Isabel da Hungria. Desde menina foi muito inclinada à piedade.
Desde cedo chegaram as embaixadas pedindo a mão de Isabel, devido à sua beleza e à riqueza da Casa de Aragão. Seu pai decidiu-se pelo jovem rei de Portugal, D. Dinis, mas a Isabel parecia não entusiasmar o matrimónio. Era quase uma criança; tinha apenas 12 anos. D. Isabel saiu de Saragoça e chegou a Bragança, encantando com as suas virtudes, o seu sorriso, a sua vida espiritual e generosidade.
No meio do palácio, vivia com o fervor de uma monja: ouvia missa, rezava o breviário, jejuava, passava noites em oração.
O amor aos pobres não diminuía o amor ao marido, auxiliando-o nos seus empreendimentos, visitas pelo reino, conseguindo que dominasse os seus impulsos.
D. Dinis amava a esposa, mas era namoradeiro, um trovador, um galanteador. Às vezes os cortesãos acusavam-no, diante da esposa, das infidelidades, mas Isabel calava-se, refugiando-se na capela a rezar. Levou para a corte e criou os filhos bastardos de D. Dinis.
O filho legítimo mais velho revoltou-se contra o pai. Rebentou a guerra civil. Isabel chorava. Amava o seu filho, mas também era uma esposa fiel. Quando pai e filho iam entrar na batalha, Isabel apresentou-se no campo de batalha montada num cavalo branco desfraldando um estandarte com o sinal da cruz. Este gesto desconcertou pai e filho que se abraçaram e assinaram a paz.
Dois anos depois reacenderam-se as hostilidades. Isabel foi feita prisioneira na fortaleza de Alenquer onde rezava e sofria. Novamente se apresentou na batalha conseguindo a reconciliação.
Quando o rei D. Dinis morreu, diante do cadáver, Isabel vestiu o hábito da Ordem Terceira de S. Francisco, começando uma vida contemplativa consagrada a Deus, aos pobres e aos doentes. Fez-se peregrina. Ao chegar a Compostela, diante do apóstolo, depôs todas as suas insígnias reais.
Fonte: JUSTO, P., LOPEZ, Rafael - Os santos do Mês. Cucujães: Editorial Missões, 2003

quinta-feira, 3 de julho de 2008

S. Tomé



Embora na nossa memória a presença de são Tomé faça sempre pensar em incredulidade e nos lembre daqueles que "precisam ver para crer", sua importância não se resume a permitir a inclusão na Bíblia da dúvida humana. Ela nos remete, também, a outras fraquezas naturais do ser humano, como a aflição e a necessidade de clareza e pé no chão. Mas, e principalmente, mostra a aceitação dessas fraquezas por Deus e seu Filho no projeto de sua vinda para nossa salvação.
São três as grandes passagens do apóstolo Tomé no livro sagrado. A primeira é quando Jesus é chamado para voltar à Judéia e acudir Lázaro. Seu grupo tenta impedir que se arrisque, pois havia ameaças dos inimigos e Jesus poderia ser apedrejado. Mas ele disse que iria assim mesmo e, aflito, Tomé intima os demais: "Então vamos também e morramos com ele!"
Na segunda passagem, demonstra melancolia e incerteza. Jesus reuniu os discípulos no cenáculo e os avisou de que era chegada a hora do cumprimento das determinações de seu Pai. Falou com eles em tom de despedida, conclamando-os a segui-lo: "Para onde eu vou vocês sabem. E também sabem o caminho". Tomé queria mais detalhes, talvez até tentando convencer Jesus a evitar o sacrifício: "Se não sabemos para onde vais, como poderemos conhecer o caminho?". A resposta de Jesus passou para a história: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim".
E a terceira e definitiva passagem foi a que mais marcou a trajetória do apóstolo. Foi justamente quando todos lhe contaram que o Cristo havia ressuscitado, pois ele era o único que não estava presente ao evento. Tomé disse que só acreditaria se visse nas mãos do Cristo o lugar dos cravos e tocasse-lhe o peito dilacerado. A dúvida em pessoa, como se vê. Mas ele pôde comprovar tanto quanto quis, pois Jesus lhe apareceu e disse: "Põe o teu dedo aqui e vê minhas mãos!... Não sejas incrédulo, acredita!" Dessa forma, sua incredulidade tornou-se apenas mais uma prova dos fatos que mudaram a história da humanidade.
O apóstolo Tomé ou Tomás, como também é chamado, tinha o apelido de Dídimo, que quer dizer "gêmeo e natural da Galiléia". Era pescador quando Jesus o encontrou e o admitiu entre seus discípulos.
Após a crucificação e a ressurreição, pregou entre os medos e os partas, povos que habitavam a Pérsia. Há também indícios de que tenha levado o Evangelho à Índia, segundo as pistas encontradas por são Francisco Xavier no século XVI. Morreu martirizado com uma lança, segundo a antiga tradição cristã.