sexta-feira, 21 de março de 2008

Fomos curados pelas suas chagas Is 53,5

MT 26

57 Aqueles que prenderam Jesus levaram-n'O a casa do sumo sacerdote Caifás, onde os doutores da Lei e os anciãos estavam reunidos.

58 Pedro seguiu Jesus de longe, até ao pátio da casa do sumo sacerdote. Entrou e sentou-se com os guardas, para ver como terminaria tudo aquilo.

59 Ora, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum falso testemunho contra Jesus, a fim de O condenarem à morte.

60 E nada encontraram, embora se apresentassem muitas falsas testemunhas. Por fim, apresentaram-se duas testemunhas

61 e afirmaram: «Este homem declarou: "Posso destruir o Templo de Deus e reconstruí-lo de novo em três dias"».

62 Então o sumo sacerdote levantou-se e perguntou a Jesus: «Nada tens a responder ao que estes testemunham contra Ti?»

63 Mas Jesus continuou calado. E o sumo sacerdote disse: «Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se Tu és o Messias, o Filho de Deus».

64 Jesus respondeu: «É como acabaste de dizer. Além disso, Eu digo-vos: de agora em diante, vereis o Filho do Homem sentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu».

65 Então o sumo sacerdote rasgou as próprias vestes e disse: «Blasfemou! Que necessidade temos ainda de testemunhas? Pois agora mesmo acabais de ouvir uma blasfémia.

66 Que vos parece?» Responderam: «É réu de morte!»

67 Então cuspiram no rosto de Jesus e esbofetearam-n'O. Outros deram-Lhe bordoadas,

68 dizendo: «Adivinha, ó Messias, quem foi que Te bateu?»

69 Pedro estava sentado fora, no pátio. Uma criada chegou perto dele e disse: «Tu também estavas com Jesus, o galileu!»

70 Mas Pedro negou diante de todos: «Não sei o que estás a dizer».

71 E saiu para a entrada do pátio. Então outra criada viu Pedro e disse aos que ali estavam: «Este também estava com Jesus, o Nazareno».

72 Pedro negou outra vez, jurando: «Nem conheço esse homem!»

73 Pouco depois, os que ali estavam aproximaram-se de Pedro e disseram: «É claro que também és um deles, pois o teu modo de falar denuncia-te».

74 Então Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo: «Nem conheço esse homem!» Nesse instante, o galo cantou.

75 Pedro lembrou-se então do que Jesus tinha dito: «Antes de o galo cantar, negar-Me-ás três vezes». E, saindo, chorou amargamente

MT 27

1 De manhã cedo, todos os sumos sacerdotes e os anciãos do povo convocaram um conselho contra Jesus, para O condenarem à morte.

2 Eles amarraram-n'O e levaram-n'O a Pilatos, o governador.

3 Então Judas, o traidor, ao ver que Jesus fora condenado, sentiu remorso e foi devolver as trinta moedas de prata aos sumos sacerdotes e anciãos,

4 dizendo: «Pequei, entregando à morte sangue inocente». Eles responderam: «E o que é que nós temos a ver com isso? O problema é teu».

5 Judas atirou as moedas para o santuário, saiu e foi enforcar-se.

6 Recolhendo as moedas, os sumos sacerdotes disseram: «É contra a Lei colocá-las no tesouro do Templo, porque é preço de sangue».

7 Então discutiram em conselho, e deram-nas em troca pelo Campo do Oleiro, para lá fazerem o cemitério dos estrangeiros.

8 É por isso que esse campo até hoje é chamado «Campo de Sangue».

9 Assim se cumpriu o que tinha dito o profeta Jeremias: «Tomaram as trinta moedas de prata - preço com que os israelitas O avaliaram -

10 e deram-nas em troca pelo Campo do Oleiro, conforme o Senhor me ordenou».

11 Jesus foi posto diante do governador, que Lhe perguntou:
«Tu és o rei dos judeus?» Jesus declarou: «Tu o dizes».

12 E nada respondeu quando foi acusado pelos sumos sacerdotes e anciãos.

13 Então Pilatos perguntou: «Não ouves de quantas coisas eles Te acusam?»

14 Mas Jesus não respondeu uma só palavra, e o governador ficou vivamente impressionado.

15 Na festa da Páscoa, o governador costumava soltar o prisioneiro que a multidão quisesse.

16 Nessa ocasião tinham um prisioneiro famoso, chamado Barrabás.

17 Então Pilatos perguntou à multidão reunida: «Quem quereis que eu solte: Barrabás, ou Jesus, chamado Messias?»

18 De facto, Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja.

19 Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, a sua mulher mandou dizer-lhe: «Não te envolvas com esse justo, porque esta noite, em sonhos, sofri muito por causa d'Ele».

20 Porém os sumos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás e fizessem morrer Jesus.

21 O governador tornou a perguntar: «Qual dos dois quereis que eu solte?» Eles gritaram: «Barrabás».

22 Pilatos perguntou: «E o que vou fazer com Jesus, chamado Messias?» Todos gritaram: «Seja crucificado!»

23 Pilatos insistiu: «Mas que mal fez Ele?» Eles, porém, gritaram com mais força: «Seja crucificado!»

24 Pilatos viu que nada conseguia e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão e disse: «Eu não sou responsável pelo sangue deste homem. É um problema vosso».

25 Todo o povo respondeu: «Que o seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos».

26 Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus e entregou-O para ser crucificado.

27 Em seguida, os soldados de Pilatos levaram Jesus ao palácio do governador e reuniram toda a tropa em volta de Jesus.

28 Despiram-n'O e vestiram-Lhe um manto vermelho;

29 depois teceram uma coroa de espinhos, puseram-Lha sobre a cabeça, e uma vara na mão direita. Então ajoelharam-se diante de Jesus e zombaram d'Ele, dizendo: «Salve, rei dos judeus!»

30 Cuspiram n'Ele e, com a vara, bateram-Lhe na cabeça.


31 Depois de zombarem de Jesus, tiraram-Lhe o manto vermelho e vestiram-n'O de novo com as suas roupas; daí O levaram para ser crucificado.

32 Quando saíram, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e obrigaram-no a levar a cruz de Jesus.

33 E chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer «Lugar da Caveira».

34 Ali deram-Lhe a beber vinho misturado com fel. Ele provou, mas não quis beber.

35 Depois de O crucificarem, fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes.

36 E ficaram ali sentados, a guardá-l'O.

37 Por cima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua condenação: «Este é Jesus, o Rei dos Judeus».

38 Com Jesus, crucificaram também dois ladrões, um à direita e outro à esquerda.

39 As pessoas que passavam por ali insultavam-n'O meneando a cabeça

40 e dizendo: «Tu que destruías o Templo e em três dias o reedificavas, salva-te a Ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!»

41 Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, com os doutores da Lei e os anciãos, também zombavam de Jesus:

42 «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo! Se é o Rei de Israel... desça agora da cruz, e acreditaremos n'Ele.

43 Confiou em Deus; que Deus O livre agora, se é que O ama! Pois Ele disse: Eu sou o Filho de Deus».

44 Do mesmo modo, também os dois ladrões que foram crucificados com Jesus O insultavam.

45 Desde o meio-dia até às três horas da tarde houve escuridão sobre toda a Terra.

46 Pelas três horas da tarde Jesus deu um forte grito: «Eli, Eli, lamá sabactâni?», isto é: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?»

47 Alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, disseram: «Está a chamar por Elias!»

48 E logo um deles correu imediatamente, tomou uma esponja, ensopou-a em vinagre e, colocando-a na ponta de uma vara, dava-Lhe de beber.

49 Outros, porém, disseram: «Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-l'O!».

50 Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito.

51 Imediatamente a cortina do santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas fenderam-se.

52 Os túmulos abriram-se e muitos santos falecidos ressuscitaram.

53 Saindo dos túmulos depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas pessoas.

54 O oficial e os soldados que com ele guardavam Jesus, ao notarem o terremoto e tudo o que havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram: «De facto, Ele era mesmo Filho de Deus!»

55 Grande número de mulheres estavam ali, a observar de longe. Elas haviam acompanhado Jesus desde a Galileia, prestando-Lhe serviços.

56 Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.

57 Ao entardecer, chegou um homem rico de Arimateia, chamado José, que também se tornara discípulo de Jesus.

58 Ele foi procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Então Pilatos deu ordem para que o cadáver fosse entregue a José.

59 José, tomando o corpo, envolveu-o num lençol limpo,

60 e colocou-o num túmulo novo, que ele mesmo havia mandado escavar na rocha. Em seguida, rolou uma grande pedra para fechar a entrada do túmulo e retirou-se.

61 Maria Madalena e a outra Maria estavam ali sentadas, em frente do sepulcro.


62 No dia seguinte, um dia depois da Preparação, os sumos sacerdotes e os fariseus foram ter com Pilatos,

63 e disseram-lhe: «Senhor, lembrámo-nos de que aquele impostor, quando ainda estava vivo, disse: "Depois de três dias Eu ressuscitarei".

64 Portanto, manda guardar o sepulcro até ao terceiro dia, para não acontecer que os discípulos venham roubar o corpo e digam ao povo: "Ele ressuscitou dos mortos!" Então essa última mentira seria pior do que a primeira».

65 Pilatos respondeu: «Tendes a guarda à vossa disposição: ide e guardai o sepulcro o melhor que puderdes».

66 Então eles foram manter o sepulcro em segurança: lacraram a pedra e montaram guarda.

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